Imuno
Histoquímica

O que é IQH?

A imuno-histoquímica é um método de diagnóstico complementar ao exame anátomo-patológico convencional, e tem como objetivo a detecção, através de anticorpos, de um determinado antígeno em um corte histológico de tecido. A técnica permite a observação simultânea da morfologia do tecido, integrando os achados histopatológicos e imunológicos. O diagnóstico final do exame baseia-se sempre na interpretação do conjunto de resultados, associado aos dados clínicos.

O exame imuno-histoquímico revolucionou a prática da Anatomia Patológica e, além do auxílio ao diagnóstico de diferentes tumores, a técnica tem permitido a identificação de diversos tipos de marcadores que estão relacionados ao comportamento biológicos das neoplasias, fornecendo dados prognósticos e preditivos de resposta terapêutica. Uma grande vantagem é que estas reações são aplicadas em material fixado em formalina e incluído em parafina.

Indicações

O estudo imuno-histoquímico contribui para o diagnóstico em diversas situações, entre as quais pode-se citar:

• Determinação da linhagem histogenética das neoplasias morfologicamente indiferenciadas;
• Subclassificação de neoplasias malignas, como por exemplo os linfomas não-hodgkinianos;
• Caracterização da provável órgão de origem de carcinomas metastáticos cujo sítio primário é oculto;
• Discriminação da natureza benigna versus maligna de determinadas lesões, como a presença de células basais nas lesões proliferativas benignas da próstata;
• Avaliação prognóstica de neoplasias como por exemplo no carcinoma de mama, através da detecção de receptores hormonais, oncoproteínas, fatores relacionados a angiogênese e marcadores de proliferação celular;
• Avaliação de proteínas que possam servir de “alvos” terapêuticos com anticorpos monoclonais específicos, como o Her-2-Neu nos carcinomas de mama e o CD20 nos linfomas de linhagem B;
• Identificação de agentes infecciosos.

Painel Prognóstico de cancêr mamário 

O painel imuno-histoquímico para carcinoma de mama é formado por anticorpos contra:

• Receptores de estrógeno e de progesterona: tumores que expressam estes receptores respondem melhor a derterminadas drogas utilizadas em hormonioterapia (tamoxifen).

• Proteína p53: esta proteína é o produto do gene supressor tumoral TP53, que é considerado o “guardião celular” por bloquear o ciclo celular para que células que apresentam DNA danificado sejam reparadas ou induzidas à apoptose (morte celular programada). A expressão aumentada da proteína p53 indica que há uma grande chance de que o gene esteja mutado. Com isto, ele perde sua função de regulador da proliferação celular. Tumores que expressam a proteína p53 apresentam resposta diferente a determinados tratamentos quando comparados a tumores que não expressam a proteína;

• Oncoproteína c-erbB-2 (HER2): é um produto do oncogene c-erbB-2. A expressão desta oncoproteína indica que o gene está amplificado, o que implica em uma maior agressividade do tumor e maior chance de metástases. Pacientes com tumores metastáticos que expressam c-erbB-2 são candidatas ao tratamento com Herceptinâ;

• Antígeno Ki-67: é um marcador da proliferação celular. O antígeno Ki-67 está presente somente em células que estão em divisão celular (fases G1, S, G2 e M do ciclo celular). Tumores que apresentam menos de 10% de células positivas têm um baixo índice proliferativo; entre 10 e 25%, um moderado índice proliferativo; mais de 25% de células positivas, um alto índice proliferativo (neste caso indicando maior agressividade tumoral);

• Avaliação prognóstica de neoplasias como por exemplo no carcinoma de mama, através da detecção de receptores hormonais, oncoproteínas, fatores relacionados a angiogênese e marcadores de proliferação celular;

• Avaliação de proteínas que possam servir de “alvos” terapêuticos com anticorpos monoclonais específicos, como o Her-2-Neu nos carcinomas de mama e o CD20 nos linfomas de linhagem B;

• Identificação de agentes infecciosos.

Linfonodo Sentinela

• Determinação da linhagem histogenética das neoplasias morfologicamente indiferenciadas;

• Subclassificação de neoplasias malignas, como por exemplo os linfomas não-hodgkinianos;

• Caracterização da provável órgão de origem de carcinomas metastáticos cujo sítio primário é oculto;

• Discriminação da natureza benigna versus maligna de determinadas lesões, como a presença de células basais nas lesões proliferativas benignas da próstata;

• Avaliação prognóstica de neoplasias como por exemplo no carcinoma de mama, através da detecção de receptores hormonais, oncoproteínas, fatores relacionados a angiogênese e marcadores de proliferação celular;

• Avaliação de proteínas que possam servir de “alvos” terapêuticos com anticorpos monoclonais específicos, como o Her-2-Neu nos carcinomas de mama e o CD20 nos linfomas de linhagem B;

• Identificação de agentes infecciosos.

Encaminhamento de Material para Exame

As condições de preparo e envio do material para exame imuno-histoquímico, felizmente, são as mesmas utilizadas para o exame anátomo-patológico convencional. Portanto o material deverá ser fixado em formalina (formol a 10%) ou devem ser encaminhados os blocos de parafina da lesão já processada em outro laboratório, juntamente com a solicitação do médico assistente e, no caso de enviar blocos, cópia do laudo original.

Lista de Anticorpos 

1. Receptor de estrógeno (clone SP1, cell Marque)
2. Receptor de progesterona (clone Y85, Cell Marque)
3 . Antígeno de proliferação celular, Ki67 (clone SP6- Cell Marque)
4. Antiproteína p53 (clone 318-6-11, Dako)
5. Oncoproteína HER2 (Clone SP3, Cell Marque)
6. Citoqueratinas, pan (AE1/AE3, Cell Marque)
7. Citoqueratina de baixo peso molecular, CK8 (clone 35ßH11, DBS)
8. Citoqueratina de alto peso molecular (clone 34ßE12, Cell Marque)
9. Citoqueratina 20, CK20 (clone Ks20.8, Cell Marque)
10. Citoqueratina 7, CK7 (clone OV-TL 12/30, Cell Marque)
11. Antígeno de membrana epitelial, EMA (clone E29, Cell Marque)
12. CD3, anticélulas T (policlonal, Cell Marque)
13. CD15, antígeno associado a granulócitos (clone MMA, Cell Marque)
14. CD20, anticélulas B (clone L26, Cell Marque)
15. CD30 (clone Ber-H2, Cell Marque)
16. CD31, anticélulas endoteliais (clone JC/70ª, Dako)
17. CD34, (clone QBEnd10, Cell Marque)
18. CD45 LCA (Clone PD7/26&2B11, DAKO)
19. CD45RO, anticélulas T (clone UCHL1, Cell Marque)
20. Cadeias leves Kappa (clone L1C1, Cell Marque)
21. Cadeias leves Lambda (clone HP6054, DBS)
22. CD43, anti-células T (clone, DF-T1, Cell Marque)
23. Proteína ácida da fibra glial, GFAP (Clone 6F2, Dako)
24. Enolase neurônio específica, ENS (clone BBs/NC/VI-H14, Dako)
25. Sinaptofisina (clone SP11, Spring)
26. Proteína de neurofilamentos (clone 2F11, Dako)
27. Cromogranina A (clone LK2H10, Cell Marque)
28. Alfa-feto-proteína, AFP (policlonal, Cell Marque)
29. Antígeno prostático específico, PSA (clone ER-PR8, Cell Marque)
30. Actina muscular (clone HHF35, Cell Marque)
31. Desmina (clone D33, Cell Marque)
32. Tireoglobulina (clone 2H11+6E1, Cell Marque)
33. Fator de Von Willebrand, fator 8 (clone F8/86, Dako)
34. Anti-melanoma, HMB45 (clone HMB45, Cell Marque)
35. Vimentina (clone v9, Cell Marque)
36. Antígeno carcinoembrionário, CEA (CEA 31, Cell Marque)
37. Gonadotrofina coriônica, HCG (Dako)
38. Oncoproteína B-CL2 (clone 124, Dako)
39. Produto do gene Mic-2, CD99 (clone EPR3097Y, Cell Marque)
40. Anti-hepatócito (clone OCH1E5, Dako)
41. Proteína ALK (clone ALK1, Cell Marque)
42. Miogenina (clone MyG007, Biocare)
43. CD117, c-kit (clone YR 145, Cell Marque)
44. Fator de transcrição tireoideo, TTF1 (clone 8G7G3/1, Cell Marque)
45. GCDFP15 (clone 23A3, Cell Marque)
46. Ca 125 (clone OC125, Cell Marque)
47. Proteína S100 (policlonal, DBS)
48. Ciclina D1 (clone SP4, Cell Marque)
49. CD138 (clone B-A38, Cell Marque)
50. MyoD1 (clone 5.8A, DBS)
51. CD4 (clone EP204, Cell Marque)
52. CD10 (clone 56C6, Cell Marque)
53. CD5 (clone Sp19, Spring)
54. Racemase / P504s (clone 13H4, Cell Marque)
55. Calretinina (clone A5A, Novocastra)
56. GATA 3 (clone L50-823, Biocare)
57. Alfa-1- antitripisina (policlonal, Dako)
58. CDX2 (clone EPR2764Y, Cell Marque)
59. CD21 (clone 2G9, Biocare)
60. EBV (Clone CSL,CS2,CS3,CS4,DBS)
61. Fosfatase alcalina placentária PLAP (EP194, Cell Marque)
62. Mieloperoxidase (Policlonal, Cell Marque)
63. P63 (clone 4A4, DBS)
64. Calcitonina (clone Cal 3 – FS, Dako)
65. Terminal Deoxynucleotidyl Transferase – TdT (policlonal,Cell Marque)
66. CA19-9 (clone C241:5:1:4, DBS)
67. CD1-a (clone 010 Dako)
68. CD68 (clone KP1, Biocare)
69. CMV (clone 8B1.2,1G5.2&2D4.2, Cell Marque)
70. BCL6 (clone GI191 E/A8, Cell Marque)
71. CD79a (clone JCB117, Cell Marque)
72. CD23 (Clone 1B12, Cell Marquee)
73. Actina de músculo liso (Clone 1A4, Cell Marque)
74. Lisosina (policlonal- Dako)
75. Tryptase (Clone EP259, Cell Marque)
76. Helicobacyer pylori (Policlonal, Cell Marque)
77. E-caderina (clone EP700Y, Cell Marque)
78. HHV8 ( clone 13 B10, Cell Manque):
79. WT1 (clone 6F-H2, Cell Marque):
80. PAX-5 (clone SP34, Cell Marque):
81. CD19 (clone MRQ-36, Cell Marque)
82. CK5/6 (Clone D5 & 16B4, Cell Maruq)
83. Hep-Par 1 (Clone OCH1E5, Cell Marque)
84. Glypican 3 (clone 1G12, Cell Marque)
85. MiTF (clone C5/D5, Cell Marque)
86. HSV, herpes simples vírus I &II (policlonal, BioSB)
87. Beta-catenina (Policlonal, Cell Marque)
88. MART 1/Melan-A (clone M2-7C10, monoclonal, Cell Marque):
89. Uroplaquina III (clone Au1, Cell Marque):
90. CD8 (clone C8/144B, Cell Marque):
91. CD57 (clone NK-1, Cell Marque):
92. PSAP (clone PASE/4LJ, DBS):
93. PAX-2 (Clone EP3251, ZETA)
94. Mamaglobina (clone Polyclonal, SPRING, BioSciense)
95. Marcador anti-carcinoma de células renais – RCC (clone PN-15, Cell Marque)
96. TFE3 (clone MRQ-37, Ventana)
97. EGFR (clone111.6, DBS)
98. PAX 8 (clone MRQ-50, Cell Marque)
99. Napsin A (policlonal, Cell Marque)
100. DOG1 (clone SP31, Cell Marque)
101.Epithelial related antigen (clone MOC-31, Ventana)
102. CD56 (clone MRQ-42, Cell Marque)
103. MDM2 (clone BSB-64, Biogen)
104. Calponina (clone CALP, DBS)
105. Inibina (clone R1, Cell Marque)
106. CDK4 (clone C22, Santa Cruz)
107. Langerina (clone 12D6, Cell Marque)
108. SOX11 (clone MRQ-58, Cell Marque)
109. p57 – KiP2, clone Kp10, Ventana
110. MLH1 (clone G168-728, Cell Marque)
111. MSH2 (clone G219-1129, Cell Marque)
112. MSH6 (clone 44, Cell Marque)
113. PMS2 (clone MRQ-28, Cell Marque)
114. OCT2 (clone – MRQ-2, Cell Marque)
115. IgG4 (clone MRQ-44, V entana)
116. P16 (clone E6H4, Ventana):
117. Receptor de androgeno (clone AR441, Dako):
118. c-Myc (clone EP121, Cell Marque)
119. SOX10 (Policlonal, Cell Marque)
120. Podoplanina (Clone D2-40, Cell Marque)
121. BOB.1 (Clone MRQ35, Cell Marque)
122. MUC5AC (Clone MRQ19, Cell Marque):
123. MUC1 (Clone MRQ17, Cell Marque):
124. MUC2 (Clone MRQ18, Cell Marque):
125. MUC6 (Clone MRQ20, Cell Marque)
126. CD7 (Clone Sp94, Ventana):
127. MUM1 (clone, MRQ-43, Ventana):
128. Tyrosinase (clone, T311, Ventana):
129. Adipofilina (clone AP125, Novocastra):
130. MUC4 (clone 1G8, Invitrogen):
131. TLE1 (clone, 1F5, Cell Marque):
132. INI-1/SMARCB1 (clone MRQ-27, Ventana):
133. Perforina (clone MRQ-23, Ventana)
134. TIA1 (clone EP243, Cell Marque):
135. NUT (clone, C52B1, Cell signaling Technology):
136. PDL1 (clone 28.8, ABCAM):
137. ERG (clone EP111, Cell Marque):
138. Granzima B (Policlonal, Cell Marque):
139. STAT6 (clone EP325, Cell Marque):
140. Glycophorin A (clone GA-R2, Cell Marque):
141. CD163 (clone MRQ-26, Cell Marque):
142. CD25 (clone 4c9, Cell Marque):
143. CK CAM 5.2 (clone CAM 5.2, Ventana):
144. PD-1 (clone NAT105, Cell Marque):
145.Treponema Pallidum (Policlonal, Cell Marque):
146. ACTH (clone 02A3, Cell Marque):
147. FSH (Policlonal, Cell Marque):
148. LHT (Clone C93, Cell Marque):
149. GH (Policlonal, Cell Marque):
150. Prolactina (Policlonal, Cell Marque):
151. TSH (Clone 0042, Cell Marque):
152. PDL-1 (clone, 22C3, Dako):
153. IDH1 (clone Hmab-1, Merck-Mellipore):
154. ATRX (policlonal, Sigma-Aldrich):
155. FLI-1 (Clone MRQ – 1, Cell Marque):

Imuno-histoquímica ou imunoistoquímica? 

À semelhança de MINI, o elemento de composição IMUNO deve se unir sem hífen à palavra-base – ensina a regra.

No entanto, houve um grande lapso por parte dos doutos que fixaram essas normas de grafia: muito humanamente, eles se esqueceram do H, diante do qual é necessário o uso do hífen de modo a não descaracterizar a palavra. Ao admitir as grafias imunoematologia e imuno-hematologia, o Houaiss deixa o leitor à vontade para seguir tanto a regra absoluta quanto a forma mais lógica. Infelizmente, porém, não faz o mesmo em relação a imuno-histoquímica, registrando apenas imunoistoquímica. O Dicionário de Usos do Português do Brasil, por outro lado, traz apenas imuno-hematologia, o que significa ser esta a forma mais utilizada em nosso país. Assim, entendo que você deve continuar escrevendo IMUNO-HISTOQUÍMICA.

Sobre a autora:
Maria Tereza de Queiroz Piacentini é catarinense, professora de Inglês e Português, revisora de textos e redatora de correspondência oficial há mais de vinte anos. Em 1989 foi responsável pela revisão gramatical da Constituição do Estado de Santa Catarina e no ano seguinte publicou artigos sobre questões vernáculas em diversos jornais. Retoma agora a publicação de colunas semanais com temas atualizados, em vista da experiência adquirida e das inúmeras consultas que lhe têm feito pessoas de todo o País depois que lançou o livro Só Vírgula Método fácil em 20 lições (UFSCar, 1996, 164p.). Também teve publicados, em 1986, dez módulos da Instituição Técnica Programada ITP, Português para Redação, edição esgotada.
Hompege: www.linguabrasil.com.br